Colocando poesia na Rede

Uma estupenda oportunidade
para a comunidade de poetas aficionados
disponibilizar poemas na rede
sentir que são celebridade
Nada mais pensa,
nossos pensamentos são lidos
por pessoas a quilômetros de distância
as quais nunca veremos
das quais nunca saberemos
Velhos e experientes
Jovens e entusiasmados
Gente de todo o mundo
de muitos contextos, de vários aspectos
compartilharão sua palavra
Podemos ter rápida retroalimentação
que não teríamos se estivéssemos sozinhos
Quando escrevemos, não sabemos
como responder à pergunta
“É um poema?”, Sim ou não!
Mas quando os divulgamos, se são escolhidos,
estamos certos de que muita gente especializada
irá lê-los e preferi-los,
esse pensamento entusiasma o curacao
Não temos que escrever uma e mais outra vez
para enviar esses poemas
às pessoas próximas e queridas
mas simplesmente dizer-lhes
que procurem na Rede
Podemos aprender a linguagem, o estilo,
o ritmo e os esquemas de ideias
de outros versos
para ativar nossos sentidos.
Uma estupenda oportunidade
para a comunidade de poetas aficionados
colocar poemas na rede
sentir que são celebridade.

Prasanthi Uppalapati

Desafios à catequese de todos os tempos

A catequese é um momento essencial no processo evangelizador da Igreja, ao serviço da iniciação cristã. Uma vez que é à catequese que se atribui, cada vez mais, a responsabilidade de despertar a fé no catequizando, torna-se importante rever a nossa forma de perceber a catequese. O Directório Geral de Catequese de 1997 propõe-nos algumas implicações práticas


– Uma catequese que seja, antes de mais, uma formação orgânica e sistemática na fé, uma vez que esta proporciona uma aprendizagem de toda a vida cristã sem se reduzir ao ocasional ou ao ensino: «Trata-se de educar no conhecimento e na vida de fé» (DGC 67). Não basta transmitir conteúdos, explicar a fé e falar de Cristo. É indispensável que a catequese faça “ver Jesus” (NMI 16), atualizando o convite do Evangelho: “Vinde e vede” (Jo 1,39). O seu objetivo é, de facto, educar o catequizando no conhecimento e na vida da fé, de modo a que este se sinta tocado pela Palavra de Deus. Deste modo, a catequese ajuda o catequizando, enquanto discípulo de Cristo, a assumir os seus compromissos baptismais e a professar a fé «a partir de uma adesão global, por uma sincera conversão do coração» (CT 20). A catequese é, pois, uma formação centrada naquilo que constitui o núcleo da experiência cristã, «nas certezas mais profundas da fé e nos valores evangélicos mais fundamentais» (DGC 67).
– Um itinerário de conversão de si mesmo ao Deus vivo. Tendo a catequese a finalidade de promover a comunhão do catequizando com Jesus Cristo, esta deve, por isso, mostrar claramente a identidade cristã em confronto com a cultura atual, caracterizando o perfil do discípulo de Cristo, um estilo de vida distinto, que segue um projeto diferente do mundo e se torna, pela sua forma de viver, construtor de um mundo novo.
– Um itinerário com fases que correspondam a níveis de crescimento, celebradas com ritos próprios. É necessário que a passagem das fases corresponda à aquisição de capacidades e competências, à aprendizagem de gestos e à assimilação de conhecimentos.
– Uma relação mais forte da catequese com a liturgia. De facto, a liturgia é a fonte e o cume de toda a vida cristã (cf. LG 11), onde os catequizandos experimentam o que ouvem na catequese e descobrem os sinais visíveis da presença e ação de Deus. Por isso, a catequese deve promover no catequizando um conhecimento dos significados litúrgicos e sacramentais, os sinais e a dimensão comunitária da celebração. A catequese deve, sobretudo, levar o catequizando a viver na celebração litúrgica e na oração o que aprende sobre a vida cristã.
– Uma ligação mais forte da catequese à comunidade cristã, sua origem, ambiente e meta. A comunidade cristã é chamada a acolher e a acompanhar o itinerário de crescimento na fé.
– Uma catequese que não fique no conhecimento da fé e na celebração da liturgia mas eduque no amor a Deus e aos outros e conduza ao compromisso de ser fermento do Reino de Deus no mundo.


A pedagogia divina, modelo da pedagogia da fé

Num contexto de nova evangelização, ou de proposta continuamente renovada da comunhão com Deus, urge recolocar Deus no centro das perguntas do nosso existir e deixar que seja Ele a resposta, e não dar respostas d’Ele. É próprio Concílio Vaticano II alerta os crentes que «[os cristão] pela negligência da sua fé, ou pelas deficiências da sua vida religiosa, moral e social, esconderam, mais do que revelaram, o autêntico rosto de Deus» (GS 19). Assim, num mundo plural e em permanente mudança, urge a necessidade de uma nova refontalização da pedagogia da fé, ou seja, uma pedagogia que eduque de forma personalizada e que respeite e preserve a originalidade e individualidade de cada pessoa, bem como as suas dúvidas e as suas aspirações.
 A pedagogia da fé, ao inspirara-se na pedagogia divina, é como que uma arte de fazer suscitar, despertar, descobrir e fazer crescer a fé (DGC 143), a catequese tem de encontrar uma pedagogia que seja capaz de comunicar a Palavra de Deus, tendo em atenção os diferentes destinatários a quem se dirige. Deste modo, a catequese deve utilizar uma pedagogia que esteja ao serviço da fé, ou seja, uma pedagogia personalizada, dinâmica e ativa, que comunique, a Revelação de Deus, numa atitude de busca contínua, para que os catequizandos possam encontrar e aderir a Deus, assumindo um estilo de vida cristão.
Ao longo de toda a História da Salvação, no Antigo Testamento e principalmente nos Evangelhos, Deus serviu-se de uma pedagogia, através da qual se ia dando a conhecer. Com efeito, Deus procurou falar à humanidade, como amigos, revelando o Seu amor gratuito e incondicional. Deus apresenta-se como nosso Pai, aceita cada um de nós tal como somos e respeita, com benevolência, o nosso ritmo de crescimento na fé. Deus é um verdadeiro Mestre, um Educador que educa a partir de situações reais, e extraindo delas lições de sabedoria.

A revelação que Deus foi fazendo de Si mesmo à humanidade atinge a sua plenitude em Jesus Cristo, Seu Filho, que continuou a “Pedagogia de Deus” com a perfeição e a eficácia próprias da novidade da Sua pessoa (DGC 140). Tal como Deus, o ensino e a vida de Jesus são pautados pelo amor dedicado, sincero e gratuito. A vida e a mensagem de Jesus são um desafio constante à conversão, à vivência do mandamento novo da caridade! É um convite permanente a uma nova forma de pensar, de amar, de agir e de viver — é um novo estilo de vida —, procurando suscitar em cada pessoa uma resposta livre, para que este adira livremente ao Evangelho. A pedagogia de Jesus convida cada pessoa a uma forma de viver marcada pela fé em Deus, pela esperança do Reino e pela caridade para com o próximo (DGC 140). No anúncio da Boa Nova, Jesus procura seguir uma pedagogia pautada pela atenção e pelo respeito às pessoas; pela escuta e pelo diálogo, aproximando-se das pessoas, dando o primeiro passo e oferecendo-lhes a sua amizade; pela confiança nas pessoas e pela gratidão, procurando sempre desviar a atenção e o entusiasmo das pessoas para com a sua pessoa. Jesus não procura centrar as atenções em Si, mas no Reino e em Deus Pai! Jesus procura anunciar os mistérios de Deus partindo sempre das experiências reais das pessoas e utilizando uma linguagem simples e significativa.
Eis aqui uma série de atitudes pedagógicas de Jesus que devem inspirar a catequese. Com efeito, «a catequese, sendo comunicação da revelação divina, inspira-se radicalmente na pedagogia de Deus […], acolhe os parâmetros constitutivos e, guiada pelo Espírito Santo, faz uma sábia síntese da mesma, favorecendo, assim, uma verdadeira experiência de fé, um encontro filial com Deus» (DGC 143). Ainda a este respeito, na sua Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, também João Paulo II refere que «o próprio Deus serviu-se de uma pedagogia que deve continuar a ser modelo da pedagogia da fé» (CT 58).

A pedagogia catequética deve, então, ser:
– uma pedagogia que coloque os catequizandos em diálogo com Deus, numa relação interpessoal;
– uma pedagogia que respeite a progressividade da revelação divina e a dimensão misteriosa da Palavra de Deus;
– uma pedagogia que reconheça a pessoa de Jesus Cristo como centro da vida humana, razão pela qual o Evangelho deve ser proposta para e na vida das pessoas;
– uma pedagogia que valorize a vivência da fé nas comunidades cristãs;
– uma pedagogia de sinais, para que Palavra de Deus se transmita por meio de palavras e ações;
– e, por fim, mas não no fim, uma pedagogia que deixe espaço à ação do Espírito Santo, pois é dele que a catequese recebe a força e empenho para dar continuidade à revelação da ação de Deus no coração de cada pessoa.

«Graças ao dom do Espírito Santo enviado por Cristo, o discípulo cresce como o seu Mestre “em sabedoria, em estatura e em graça diante dos homens”» (DGC 142).

A oração em catequese, um convite à intimidade com Deus


Sendo a finalidade da catequese colocar o catequizando, não só em contacto, mas sobretudo, em comunhão e intimidade com Deus, a caminhada catequética deve estar imbuída de um verdadeiro clima de oração, que favoreça e realize esta intimidade. Na sua Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, João Paulo II refere que «a catequese não consiste apenas em ensinar a doutrina, mas deve iniciar o catequizando para a vida e a vivência cristã» (CT 33). Ora, sendo a oração uma importante dimensão da vida cristã, é essencial que, em cada encontro catequético, se desperte no catequizando a necessidade de se encontrar e de conversar com Deus; de se abrir para escutá-Lo e sentir que Ele está presente e caminha ao seu lado, em todos os momentos da sua vida.  
A oração é diálogo e encontro entre Deus e cada pessoa. É um encontro pessoal. Por isso, quando na catequese se escuta a Palavra de Deus, inicia-se um momento de especial intimidade com Ele. A catequese deve, pois, tornar-se momento privilegiado de escuta da voz do Pai.
Para que este encontro íntimo e dialogante entre o catequizando e Deus aconteça, é preciso que, em cada sessão da catequese, se crie um clima de acolhimento, de silêncio, onde se escuta e se celebra a Palavra de Deus e a Sua mensagem de salvação. Somente numa atitude de escuta e de abertura à Sua Palavra é que o catequizando se escuta a si próprio e escuta o chamamento de Deus, entrando em diálogo interpessoal com Ele. No silêncio interior, a Palavra de Deus ressoa em nós e do nosso coração nasce uma resposta de amor. Quando celebramos, escutamos, interiorizamos e nos convertemos à Sua Palavra, estamos a fazer oração, ou seja, estamos a entrar em comunhão com Deus. A catequese deve promover no catequizando este momento de intimidade com Deus e saber aproveitá-lo.



Não obstante, a oração não acontece apenas no encontro da catequese, de modo que as crianças e adolescentes devem ser iniciados à vida de oração no seu quotidiano. Na verdade, sendo a oração algo “espontâneo” que brota do íntimo de cada um, é, pois, essencial que se crie no catequizando a convicção que, em qualquer situação e lugar, pode sentir a presença de Deus e dialogar com Ele. Mas aí a família assume um papel importante. É fundamental que os pais dediquem, cada dia, um momento para estar com os seus filhos num clima de oração, interiorizando neles este encontro com Deus.

Em jeito de conclusão, verificámos que o ato catequético é chamado a ser em si mesmo um ato de oração. A catequese não prepara apenas os catequizandos para a oração; ela é já oração, despertando nelas este encontro de amor com Jesus Cristo. Se assim não for, não é catequese.