«A Catequese dos Adolescentes»
CONCLUSÔES DOS ATELIERS
Atelier 1 – “Que estilo de catequese para os adolescentes”
1. Análise da realidade: forças e fraquezas
Da reflexão em grupo foram apontadas as seguintes:
“Forças”
– Disponibilidade e empenho dos catequistas
– Envolvimento e responsabilização dos adolescentes
– Promoção da formação
– Adaptação do material catequético
“Fraquezas”
– Formação, preparação e compromisso dos catequistas para a missão
– Falta de acompanhamento do catequizando na sua realidade e individualidade
– Testemunho “frágil” (catequistas e comunidade)
– Relação com e envolvimento dos pais
– Famílias disfuncionais
– Falta de receptividade e unidade na comunidade
– Modelos sem vida
2. Um estilo de catequese para adolescentes
– Procurar conhecer cada adolescente na sua singularidade, nomeadamente nas suas experiências de fracasso, sonhos e aspirações.
– Apresentar Jesus Cristo como modelo ideal, capaz de provocar admiração e arrastar à sua imitação.
– Proclamar a Boa Nova: morte e ressurreição de Jesus Cristo e apresentar o amor incondicional de Deus a cada um.
– Ajudar o adolescente a uma reflexão de vida à luz do evangelho e ajudá-lo a comprometer-se num projecto de crescimento pessoal e comunitário
– Proporcionar a comunhão e intimidade com Jesus Cristo em cada encontro de catequese.
– Ajudar os adolescentes a serem sujeitos activos, protagonistas da evangelização e artífices da renovação social.
Atelier 2 – “O papel da Comunidade na catequese dos adolescentes”
O atelier funcionou em três momentos distintos:
– Um em que se fez uma abordagem dos concertos de comunidade e catequese, à luz da Sagrada Escritura e dos documentos do Magistério da Igreja, salientando que a comunidade aborda realidades muito diversas, que cada comunidade é o resultado de outras comunidades, sendo nesse contexto que se integra o grupo de catequese. Assim, a comunidade “obedece” a um conjunto de critérios: o Evangelho como elemento fundador, comunhão eclesial, globalidade das funções eclesiais, ministerialidade, fecundidade, gestão de conflitos.
– A comunidade surge deste modo como condição necessária para a catequese, uma vez que é lugar, ponte, meta da catequese (DGC158).
– Num segundo tempo houve lugar para trabalhos de grupo sobre algumas questões:
1. Considerando as características da comunidade, que contributo pode dar cada um de nós para a melhoria das nossas comunidades?
2. Como ajudar as adolescentes a descobrir e a fazer experiência de comunidade?
3. Como tornar as adolescentes fermento e missão da comunidade?
4. Como pode o catequista ser construtor de comunidade?
– Terceiro momento; partilha e respostas dos grupos às questões:
– Procurar viver na simplicidade e harmonia cristã, transmitindo assim um contributo do nosso testemunho novo.
– Tentar anular o individualismo e fomentar a experiência de comunidade, de forma a sermos elementos de coesão e comunhão eclesial.
– Cada um dar um pouco mais de si, no envolvimento do grupo e da comunidade, procurando fazer um esforço para convidar os mais afastados.
– Envolver as famílias
– Fomentar a comunhão entre os catequistas
– Partilhar a vida com outros do grupo e entre os vários grupos de catequese.
Atelier 3 – “Uma educação para a liturgia na catequese dos adolescentes”.
Três ideias/subtemas:
– Como vemos a dimensão religiosa dos adolescentes
– A relação dos adolescentes com a liturgia
– A educação dos adolescentes para a liturgia
Se o adolescente “é capaz de Deus” (porque também ele é criação de Deus) então ele já possui em si uma dimensão religiosa, que é necessário trabalhá-la nesta fase/idade.
Para que isso resulte, é preciso partir das características humanas destes adolescentes e proporcionar-lhes momentos/experiências significativas/
marcantes/intensas.
Uma das dificuldades que os catequistas encontram é talvez a falta de acolhimento/abertura por parte da Igreja. A juntar a este facto, os adolescentes também não se vêm retratados/identificados com a sua comunidade e suas regras, bem como, aos espaços/tempos da liturgia.
Assim, para que haja o tal envolvimento na liturgia, torna-se indispensável ir ao “mundo deles” para conhecer os seus anseios, interesses, dúvidas…permitindo-lhes uma vivência/experiência plena daquilo que é/deve ser, na verdade a liturgia como experiência religiosa.
A sua fé é pessoal, própria (à sua maneira) fazendo um exame crítico da fé.
Depois do visionamento dos três filmes, podemos concluir que afinal eles (jovens) participam intensamente desde que tenham as condições necessárias para isso: encontros com o chefe da Igreja (Papa); Jornadas Mundiais da juventude; missa campal em contexto juvenil; retiros; vigílias de oração…
Esta participação activa/vivência intensa parte muitas vezes da envolvência
ou empenhamento que eles têm na preparação do próprio encontro.
Para os adolescentes nem sempre interessa a quantidade mas a qualidade (A força dos símbolos, dos textos, dos espaços, das músicas, etc.)
Enfim, afinal os adolescentes relacionam-se intensamente com a liturgia, desde que esta vá ao seu encontro: à sua vontade, os anseios, interesses. Para isso eles têm de PARTICIPAR-VIVER-EXPERIENCIAR.
Na educação dos adolescentes para a liturgia, devemos salientar alguns aspectos:
– Antes de haver uma “celebração litúrgica” tem de haver uma catequese litúrgica (esta educa para a liturgia).
– Então, para que esta catequese seja verdadeiramente litúrgica, tem de haver Formação/Informação de todos os agentes da comunidade cristã.
– Por outro lado, temos de ter em conta que esta catequese deve incidir sobre a explicação dos símbolos; rituais/gestos; as orações/textos; espaços;
cânticos; momentos/etapas…é, ou deve ser, portanto, explicativa e memorial.
Para além desta catequese também se deve fazer uma catequese mistagógica, pois só assim há uma aceitação e compreensão do que é a liturgia.
Podemos aqui lembrar o R.I.C.A como método catequético.
Quanto aos desafios que este tema nos lança, podemos dizer que será necessário deixar de lado “pré-conceitos” que temos como adultos/catequistas, conhecê-los cada vez melhor e tratá-los como pessoas, válidas e importantes para a sociedade.
É, pois, valorizá-los e motivá-los para que a nossa mensagem (Palavra de Deus) deixe mossa e faça eco!
Atelier 4 – “Materiais de Catequese”
Apreciação
1. Aspectos positivos
– São uma ajuda preciosa
– Há um salto qualitativo na qualidade
– Ilustrações apelativas
– Mais dinâmicas nos encontros
– Maior riqueza doutrinal das introduções dos guias
– A existência de duas propostas de experiência humana
– As músicas propostas são actuais e mais apelativas
– Maior preocupação com a interiorização da mensagem e com o compromisso.
– Apostar no grupo – ensina a ser grupo
2. Aspectos a melhorar
– Conteúdo doutrinal excessivo nas sessões de catequese
– Dificuldade em levar os catequizandos a fazer uma experiência de fé
– A saída dos materiais mais cedo, antes do ano catequético ter terminado
– Introduzir mais momentos de oração e celebração
– Introduzir dinâmicas e propostas para os tempos litúrgicos fortes
– Mais propostas de compromisso social e eclesial
– Explicitar as propostas pedagógicas em ordem a uma adaptação aos adolescentes
Usabilidade
1. Aspecto positivo
– Guia e catecismo estão bem articulados entre si
2. Aspectos a melhorar
– Maior divulgação dos meios audiovisuais
– Ter mais em conta o tipo de comunidades paroquiais onde vão ser trabalhados
– Diversificar o tipo de linguagens empregues
O grupo foi unânime em considerar que os materiais têm uma clara opção pelo ensino e não pela conversão, como deveria ser.
Atelier 5 – “Formação de catequistas de Adolescentes”
1ª Questão colocada:
Quem são os nossos catequistas de adolescência?
Respostas Dadas:
· São precários
· São casados
· São professores
· São religiosas
· São pessoas com mais formação
· São pessoas com maturidade
· São pessoas com o Curso Geral de Catequistas
De todos os aspectos apresentados deu-se mais relevância à questão da maturidade até porque os adolescentes de hoje são tão diferentes que só com maturidade se lhes consegue dar respostas.
2ª Questão:
Que formação têm?
Respostas dadas:
· Curso geral
· Curso de iniciação
· Curso de reciclagem
· Formação bíblica
A este nível reforçou-se ainda a necessidade de após cada sessão de catequese se deve fazer uma avaliação dessa sessão, identificação dos pontos menos conseguidos e começar logo a preparar a sessão seguinte para se poder absorver a informação e a mensagem que se vai querer transmitir.
Frase chave:
“Na catequese não devemos usar pregos mas antes parafusos” P. Canas
3ª Questão
Que dificuldades encontram os catequistas de adolescentes?
Respostas dadas:
· Medos de lidar com adolescentes
· Medos de serem contestados
· Medo de não terem respostas
· Medo de não estarem à altura
· Falta de ligação à família
· Têm catequizandos obrigados
· Têm dificuldades de metodologia/adaptação
· Falta de preparação
· Descobrir caminhos novos
· Medo de assumir compromisso
Conclui-se que a preparação real permite combater os medos, tendo o MEDO sido considerado o principal problema.
4ª Questão
Que desafios para a catequese da adolescência?
Respostas dadas:
· Desmontar a catequese actual a todos os níveis
– O modelo que conhecemos não é o único
– O calendário de catequese pode ser alterado
– Qual a periodicidade correcta?
– Quais os melhores materiais?
– Quais os tempos de catequese?
· Criar espaço de descoberta
· Conhecer o grupo e fazer a abordagem certa para o grupo/faixa etária/desenvolvimento cognitivo
Súmula final:
Quem não apostar na sua formação permanente,
acaba deformado pelo meio ambiente!