Construir a Humanidade

A Educação como recurso

Ler os textos do Padre Manuel Antunes (MA) que nos foram propostos revestiu-se de uma experiência de viagem no mar da “verdade”. A intemporalidade que neles se reconhece, advém do facto de falar como exercício de aproximação à Verdade, sobre as verdades fundamentais a que cada geração e cada pessoa é chamada a redescobrir. Os textos de MA evidenciam também uma característica que sempre se aprecia, mas mais ainda sendo ele um clérigo a escrever num tempo em que as liberdades individuais não eram apanágio frequente: a independência interior que demonstra e, por isso, a capacidade de estabelecer diálogos, estabelecer pontes, deixar-se enriquecer pelos diversos pontos de vista, que as inúmeras e variadas leituras potenciam. A este facto acresce que se lhe reconhecia ser «firme nos seus princípios mas flexível nas suas aplicações»(Franco, 2008, p. 5).

Traçado o pressuposto humano que, estamos em crer, permitiu uma obra desta envergadura, é tempo de olharmos para a perspetiva que aqui nos ocupa: a educação; melhor, a paideia. Entendendo esta na sua aceção clássica, como um sistema de educação, que englobava áreas abrangestes, mas que todas confluíam no objetivo central: a educação de um cidadão perfeito e completo, com capacidade para desempenhar um papel positivo na sociedade. Ler MA é redescobrir o que é essencial para se formar um cidadão de pleno direito e capaz de o exercer plenamente, pelo que não é de estranhar que o primeiro texto desta coletânea verse, precisamente, sobre «aspetos da ansiedade contemporânea»(Cf. Antunes, 2008, pp. 17–25). Considerando-se aí aquela como a potenciadora da dos três clássicos flagelos: fome, peste e guerra. É que a ansiedade, ao ser vista como um «misto de inquietação e de angústia, de insegurança e de incerteza, de apreensão e de medo, de insatisfação e de cuidado que nos constringe ou nos dilata, nos fecha ou nos abre num movimento sempre tenso, jamais saciante, jamais tranquilo»(Antunes, 2008, p. 18), manifesta-se sobretudo num estado geral de mal-estar e cansaço. Claro que ler MA, hoje, é pôr a sua obra – neste caso um texto de 1966 – a dialogar com autores contemporâneos que configuram a nossa paisagem cultural. Vem a propósito, então, o coreano/alemão Byung-Chul Han, com um dos seus títulos mais recentes: A Sociedade do Cansaço (Cf. Han, 2015). Aí se fala de uma sociedade de desempenho e fadiga, que reivindica a autonomia da própria vida através da técnica e que absolutiza o saudável, mas que destrói precisamente a beleza e a intensidade da vida.

O pensamento de MA pode ser sintetizado na expressão “acertar a mentalidade”, que é também o título de um texto seu de 1970, onde ele reconhece que é uma das maiores exigências dos tempos de crise e de aceleração da história. Mas ao entender-se o “acertar a mentalidade” como 

«o rectificar, corrigir, harmonizar a própria maneira de pensar e de sentir de acordo com as leis do mundo e as exigências da vida, de acordo com o real multidimensional. Ou, mais radical e simplesmente: pretende, num movimento simultâneo e englobante, aceitar a norma e criar a norma. Aceitar sem mais seria puramente infantil. Criar sem aceitar constituiria usurpação de um atributo que só ao Criador pertence» (Antunes, 2008, p. 95).

As implicações educativas deste desiderato podem dizer-se através da articulação de três verbos: destruir, assumir e superar (Cf. Antunes, 2008, pp. 100–102), o que implica uma hermenêutica da cultura que almeja ser capaz de abarcar conceptualmente a realidade ou pelo menos tentar, para, num regresso à sua identidade mais profunda, ser capaz de se libertar de tudo aquilo que o aprisiona, sejam as coisas, ou outros ou até o seu próprio eu identitário (Antunes, 2008, p. 65).

Fontes:

Antunes, M. (2008). Obra Completa do Padre Manuel Antunes (J. E. Franco (ed.); 2.a ed.). Fundação Calouste Gulbenkian.

Franco, J. E. (2008). Introdução. Para um projecto de educação total. Em J. E. Franco (Ed.), Obra Completa do Padre Manuel Antunes: Vols. II-Paide (pp. 1–11). Fundação Calouste Gulbenkian.

Han, B.-C. (2015). Sociedade do Cansaço (E. P. Gianchini (trad.)). Vozes.

Fake News – Da gula e da obesidade

Luís M. Figueiredo Rodrigues

Vive-se na sociedade da informação, que Manuel Castells(Cf. Castells, 2007) descreve como uma sociedade globalizada, centrada no uso e aplicação de informação e conhecimento, cuja base material está a ser aceleradamente alterada por uma revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação, com uma consequente mudança nas relações sociais, nos sistemas políticos e nos sistemas de valores. Neste contexto, torna-se particularmente relevante ver o que Manuel Antunes escreve quando diz que «a Informação condiciona, hoje, uma boa parte do progresso científico, técnico, cultural e moral da humanidade»(Antunes, sem data, p. 135) . 

A informação passou de um bem escasso e caro, a algo abundante e quase de oferta sem custos para o utilizador. Com a possibilidade de, teoricamente, todos os seres-humanos terem à sua disposição os recursos tecnológicos que gera a sociedade da informação. Dá-se lugar ao que Pierre Lévy denomina de “inteligência coletiva”: o somatório de todo o conhecimento depositado na Web sobre os mais variadíssimos aspetos(Cf. Comissão Europeia, 2018, p. 3). Trata-se de uma inteligência globalmente distribuída, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que conduz a uma mobilização efetiva de competências. O enriquecimento de cada pessoa é o fundamento e a finalidade da inteligência coletiva(Cf. Lévy, 1997, pp. 35–40).

Voltamos ao pensamento de Manuel Antunes, quando formula uma espécie de imperativo categórico: «nada transmitir de falso e nada omitir de verdadeiro»(Antunes, sem data, p. 136). Torna-se pertinente esta afirmação, quando as fake news se tornam uma realidade muito preocupante, já que a informação mais do que ter uma ligação com os factos verdadeiros, apoia a sua validade nas emoções que os factos comunicados suscitam ou confirmam nos destinatários(Cf. Wang, 2020). Procura-se que performatividade da comunicação não tenha como base, apenas, a verdade dos factos veiculados, mas sim as emoções que suscita, seja a que preço for. A uma afirmação deixa de ser verdadeira porque está de acordo com os factos, mas sim quando vai de encontro àquilo que se espera, se quer e, por isso, se está predisposto para ouvir. O critério da verdade é, apenas, meramente subjetivo. Acresce que a “desinformação” gerada se afigura como um dos grandes desafios europeus, dado que põe em risco a vitalidade e eficácia das instituições, garantes do bom funcionamento das sociedades(Cf. Comissão Europeia, 2018).

A sociedade de informação, ao entender-se a partir da metáfora da rede, percebe-se como uma estrutura aberta, «capaz de se expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar dentro da rede, nomeadamente, desde que partilhem o mesmo código de comunicação, por exemplo valores ou objetivos de desempenho. Uma estrutura social, com base em redes, é um sistema altamente dinâmico, aberto, suscetível de inovação e isento de ameaças ao seu equilíbrio»(Castells, 2007, p. 607). Esta definição dá-nos a possibilidade de penetrar compreensivamente a sociedade globalizada, percebendo que os processos de transformação social sintetizados na sociedade em rede ultrapassam a esfera das relações sociais e técnicas. 

rede, percebe-se, está definida a partir do programa que determina os seus objetivos e regras de funcionamento. O programa, por sua vez, é composto por códigos que dizem o modo de funcionar e os critérios para determinar o funcionamento, quer o sucesso quer o fracasso. As redes estão organizadas de forma binária, numa lógica de inclusão e de exclusão, pelo que numa sociedade assim compreendida, para se estar incluído, ter sucesso, importa observar os códigos do programa que configuram a rede. A esta realidade acresce ainda o facto de a sociedade em rede ser composta por redes que cooperam e competem entre si. A cooperação acontece quando os códigos utilizados são compatíveis entre si, possibilitando a comunicação, que pede também a conexão com os seus nós. A cooperação acontece quando há comunicação. Dá-se a competição quando uma rede supera outra, por ser mais eficaz na prossecução dos seus fins ou por cooperar melhor com outras redes. A competição assume uma configuração destrutiva quando consegue alterar a outra rede, ou redes, através da inserção de protocolos de comunicação. 

As redes são formas organizacionais mais eficazes, na medida em que assumem três desafios: flexibilidade, adaptabilidade e capacidade de auto-reconfiguração. As sociedades sempre se organizaram em rede, mas as capacidades técnicas não permitiam que essa circularidade fosse suficientemente rápida para que o “funcionamento em rede” fosse eficaz, tornando necessária uma organização hierárquica, vertical. Perante estes dados, o combate ao fenómeno das fake news pode compreende-se como a necessidade de «fomentar o espírito crítico e de sensibilizar os utilizadores para a importância de se assegurarem de que a informação que consomem provém de fontes fidedignas é essencial para o recuo do consumo e difusão de desinformação»(Cf. Entidade Reguladora para a Comunicação Social, 2019, p. 42).

Bibliografia

Antunes, M. (sem data). Informação. Em J. E. Franco (Ed.), Obra Completa do Padre Manuel Antunes (Vol. 4, pp. 135–136). Fundação Calouste Gulbenkian.

Castells, M. (2007). A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. A Sociedade em Rede, Vol. I (3a). Fundação Calouste Gulbenkian.

Comissão Europeia. (2018, Abril 26). Combater a desinformação em linha: uma estratégia europeia. https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=CELEX%3A52018DC0236

Entidade Reguladora para a Comunicação Social. (2019). A desinformação – Contexto Europeu e ANcional. https://www.parlamento.pt/Documents/2019/abril/desinformacao_contextoeuroeunacional-ERC-abril2019.pdf

Lévy, P. (1997). A Inteligência Colectiva. Para uma antropologia do ciberespaço. Instituto Piaget.

Wang, C.-C. (2020). Fake News and Related Concepts: Definitions and Recent Research Development. Contemporary Management Research16(3), 145–174. https://doi.org/10.7903/cmr.20677

Cultura ‘Blip’ – Uma leitura da Obra de Alvin e Heidi Toffler

Trabalho apresentado na UC Educação e Sociedade em Rede (Prof. Pedro Abrantes),do Mestrado em Pedagogia do E-Learning, da Universidade Aberta.



Resumo
Com as novas tecnologias, as sociedades estão a mudar. A transformação avança todos os dias, a um ritmo alucinante. Caminham para um estado totalmente novo, impossível de perceber com as categorias de pensamento do passado.
Alvin Toffler e a sua esposa dedicam a sua reflexão a tentar compreender esta mudança e a apontar, tanto quanto possível, soluções viáveis para os problemas que estas convulsões acarretam, para se viver bem no séc. XXI.
Este trabalho passa em revista os pontos principais da sua obra, frisando os aspectos que consideramos mais peculiares.

Palavras-Chave:
Choque do Futuro, Terceira Vaga, Revolução Industrial, Economia, Informação, Poder, Comunicação.

Metodologia
Analisámos os livros publicados por Alvin e Heidi Toffler, procurando fazer uma síntese.

Introdução
Alvin e Heidi Toffler são conhecidas em todo o mundo por seu trabalho que tem influenciado presidentes e primeiros-ministros, altos dirigentes de empresas em áreas que vão para organizações sem fins lucrativos, bem como educadores, psicólogos e sociólogos.
Cada um dos seus livros foi aclamado pela originalidade, clareza e invulgar tomada de consciência dos desafios e oportunidades emergentes.
Conhecidos por terem previsto a aceleração da vida quotidiana, o declínio da família nuclear e a propagação da solidão, os Tofflers há décadas atrás também anteciparam a realidade virtual, nichos de mercado, sobrecarga de informação, trabalhar desde casa, o produto personalização, a “des-massificação” dos meios de comunicação de massa, a ameaça do terrorismo e muitos outros aspectos da vida contemporânea.
O que possivelmente mais diferencia os Tofflers, em relação com outros autores, é a sua insistência em que não pode haver transformação económica sem uma correspondente transformação da sociedade, das políticas e instituições culturais e valores.

1. Choque do futuro

Antes de mais, começaremos por tentar definir Choque do Futuro (expressão típica de Alvin Toffler): é “a desorientação e o stress resultantes de tentar enfrentar demasiadas mudanças num espaço de tempo demasiado pequeno – a aceleração da história com consequências próprias, independentemente das efectivas direcções da mudança. O simples acelerar dos eventos, quer as mudanças sejam entendidas como boas, quer como más”(A. Toffler, 1991, 9). Perante tal facto, as pessoas são obrigadas a escolher. É aí que o problema se manifesta com maior agudeza. Em semelhante ambiente, “rapidamente mutável e desconhecido, seremos obrigados, ao percorrer o nosso caminho na vida, a fazer escolhas, a decidir pessoalmente entre uma gama diversa de opções. (…)Será a convergência final destes três factos – transição, novidade e diversidade – que preparará o cenário da crise histórica de adaptação”(A. Toffler, 1972, 257).
O choque do futuro surge com a desorientação perante a mudança, quando sé é obrigado a fazer escolhas num ambiente muito mutável.

1.1 As 3 Vagas
Convém esclarecer o que os Toffler entendem por Primeira Vaga, Segunda Vaga e Terceira Vaga. Antes de mais Vaga refere-se a vagas de mudança, que segundo eles, se deram desde o início da humanidade.
A Primeira Vaga operou-se quando o homem nómada se fixou, tornando-se agricultor. Não dependia apenas daquilo que a natureza lhe dava, mas plantava ele mesmo o que queria para a sua alimentação.
A Segunda Vaga ocorreu aquando da industrialização, surge com o aparecimento da máquina e da produção em série. Aí, o homem abandona o campo e o seu meio familiar para se dirigir para os grandes aglomerados populacionais, a fim de trabalhar nas fábricas. Dá-se mais uma modificação profunda na humanidade. Com o aparecimento da Segunda Vaga não acaba a Primeira Vaga, assim como não acabou o estilo nómada. Os conflitos surgem quando as várias vagas coabitam no mesmo espaço geográfico. Foi o confronto entre o Norte industrializado – Segunda Vaga – e o Sul agrícola – Primeira Vaga – que originou a Guerra Civil americana.
Actualmente vive-se já a Terceira Vaga que surge com o aparecimento e divulgação do computador e das possibilidades técnicas de uma sociedade em rede. Onde mais do que a matéria-prima é importante o conhecimento – o saber fazer – de um determinado produto.

1.2 Transitoriedade
Os indivíduos, com este excesso de escolhas que foram obrigados a fazer, sentem-se amargurados, “mergulhados num desgosto e numa solidão intensificados pela própria multiplicidade das suas opções”(A. Toffler, 1984, 223).
Contudo, o haver várias opções torna possível a liberdade; caso contrário, limitar-nos-emos a receber aquilo que alguém nos impôs. Mas é precisamente no campo da possibilidade de escolha que se manifesta a falta de preparação que o homem hodierno tem para viver e enfrentar a sociedade actual. Esta falha lança-o para um estado de crise. Crise essa que diz respeito a todos, é envolvente. Todos somos protagonistas, actores e espectadores de um tempo de incrível e incontida aceleração da história, de um tempo de mutação de hábitos, de formas e de valores de vida. Perante este facto, que pode passar despercebido, urge tomar consciência do facto, não o disfarçar, nem menosprezar.
Assim sendo, o tomar consciência apresenta-se como um meio necessário para encaminhar energias para uma possível solução, que caso contrário desperdiçar-se-iam inutilmente.
Com o aumento da transitoriedade, as pessoas vivem num elevado estado de mudança, por isso, “a duração das suas conexões é reduzida”(A. Toffler, 1972, 50-51. Isto condiciona o modo como se enfrenta a realidade; a sua aptidão ou inaptidão para enfrentar as dificuldades. Esta movimentação rápida, “combinada com a crescente novidade e complexidade do ambiente que os rodeia, força a capacidade de adaptação e cria o perigo do choque do futuro”(A. Toffler, 1972, 51).
As sociedades da Segunda Vaga, muito presas aos modelos do passado estão desnorteadas com a velocidade com que a informação chega até junto do comum dos cidadãos. Com os novos media, a informação chega a um ritmo alucinante, quase impossível de ser acompanhada; o que cria uma “desintegração da personalidade” (A. Toffler, 1995, 38). As pessoas, desorientadas, sentem-se incapazes de compreender a mudança. Contudo, existe uma ordem, embora ainda oculta, que se torna detectável à medida que começamos a distinguir as alterações da Terceira Vaga daquelas que estão associadas à Segunda Vaga, agora em irremediável declínio.
Podemos já dizer que o choque do futuro é a consequência da falta de preparação dos cidadãos para enfrentar as rápidas mudanças a que estamos sujeitos; a passagem da Segunda Vaga para a Terceira Vaga. Esse choque será tanto menor quanto maior for a capacidade de adaptação do indivíduo e do grupo.

1.3 Mudança
A mudança, ao atravessar tumultuosamente a sociedade, “alarga a brecha entre aquilo que julgamos ser e o que de facto é, entre as imagens existentes e a realidade que elas devem reflectir”(A. Toffler, 1972, 180). Quando esta brecha é moderada podemos ainda fazer frente à mudança mais ou menos racionalmente. Mas quando a brecha se alarga muito, sentimo-nos incapazes, recuamos ou cedemos ao pânico. A mudança é o processo pelo qual o futuro ‘invade’ as nossas vidas. Este aspecto nem sempre foi tido em conta. Com isto descuramos a instrução de gente que poderia vir a desempenhar tarefas de forma frutuosa numa sociedade superindustrial, para a qual caminhamos.
A mudança mexe com tudo; por isso a responsabilidade pela mudança pertence-nos. Devemos ter a coragem de começarmos por nós a não fecharmos prematuramente o espírito ao novo e ao insólito. Embora “isso signifique lutar contra os assassinos de ideias que avançam impetuosamente para matar qualquer nova sugestão a pretexto da sua impraticabilidade enquanto defendem seja o que for que já existe como prático, por muito opressivo ou inviável que possa ser. Significa lutar pela liberdade de expressão – o direito do povo de expor as suas ideias, mesmo que heréticas” (A. Toffler, 1995, 214).
Com o actual estado económico do mundo torna-se propício falar de mudança porque nunca se viram tantas pessoas com um nível razoável de educação e apetrechados com uma incrível gama de conhecimentos. Mas acima de tudo, “nunca tantos tiveram tanto a ganhar se contribuírem para que as modificações necessárias, embora profundas, sejam feitas de forma pacífica” (A. Toffler, 1995, 210), sem danos e de uma forma que abarque toda a gente.
Mas é o acelerar vertiginoso da temporalidade que caracteriza cada vez mais as relações humanas deste tempo; o superindustrialismo. Do mesmo modo que as coisas e os lugares, as pessoas também atravessam as nossas vidas a uma velocidade cada vez maior. A arte manifesta-nos isso mesmo, pois lá, como “na linguagem, estamos a correr para a impermanência. As relações do homem com a imaginária estão a tornar-se cada vez mais temporárias” (A. Toffler, 1995, 178). Pois a linguagem e a arte, códigos com os quais transmitimos uns aos outros as mensagens portadoras de imagens, renovam-se também mais depressa.
Pode-se compreender e ultrapassar as dificuldades criadas pela mudança, abrindo o espírito ao novo e tomando as opções certas. Para isso devemos estar conscientes de que a impermanência é a característica que mais dificuldades coloca ao indivíduo numa sociedade superindustrial.

2. Terceira Vaga

A Terceira Vaga reflecte uma enorme aceleração da mudança, sendo esta a marca característica da nossa história (A. Toffler, 1995, 13-14). Com todas as transformações e mudanças já nada é como antes. A civilização de ontem está a morrer. Com o aparecimento da Terceira Vaga, surge a “crise final e irreparável do industrialismo” (A. Toffler, 1984, 116), o que o condena à morte.
Esta nova era de mudança surgiu nos Estados Unidos da América por volta de 1955-1965, e vai-se alargando ao resto do mundo. Esta passagem pode ser observável, por exemplo, na indústria. Uma vez que substituindo as indústrias manufactureiras de massa da Segunda Vaga pelas novas, as indústrias da Terceira Vaga, estamos a fazer mais do que “uma simples substituição. As novas indústrias vão realmente ser diferentes das antigas.(…) Porque diferem delas em milhares de maneiras. A espécie de produtos. A espécie de pessoas que nelas entram. As suas estruturas organizativas. O seu estilo e cultura. E ao nível mais profundo – o nível do conhecimento – representam um corte fundamental com o passado(…). O resultado é que as indústrias da nova Terceira Vaga têm implicações sociais, organizativas, culturais e ambientais absolutamente diferentes. Não se parecem mais com as indústrias manufactureiras massificadas do que um raio laser se parece com um aríete” (A. Toffler, 1987, 28-29).
A ascensão da Terceira Vaga é feita com mais ou menos velocidade conforme o caminho já percorrido por cada país, em direcção ao progresso tecnológico e ao desenvolvimento. Este caminho, com o surgir da Terceira Vaga, muda de rumo. Agora não se aperfeiçoam as técnicas e instituições do passado, reestruturam-se. O mundo enfrenta um salto quantum em frente. Sem que o reconheçamos nitidamente, “estamos empenhados em construir uma notável civilização nova a partir do zero. É este o significado da Terceira Vaga” (a. Toffler, 1995, 27).
Criaremos uma sociedade que deixe para as máquinas as tarefas físicas e repetitivas e o ser humano encarregar-se-á da informação, do conhecimento e da imaginação (A. Toffler, 1972, 395). Com os novos meios de comunicação, no futuro, não vai ser precisa a presença do homem para que a linha de produção não pare. A tecnologia pode então trazer mais espaços de liberdade para o ser humano. Cria-se um ambiente de trabalho mais versátil, no qual o operário pode gerir o seu tempo de trabalho, independentemente dos seus colegas. Deixa de estar sujeito a horários rigidamente fixos.
As pessoas versáteis e inteligentemente ágeis são aquelas que irão ser mais bem sucedidas. A versatilidade será recompensada individual e empresarialmente (A. Toffler, 1987, 180-181).
Também aqui a tecnologia tem uma palavra a dizer. Alvin Toffler, baseado em relatórios da UNESCO, afirma que “quanto mais avançada for a tecnologia de um país, maiores serão as probabilidades de se encaminhar para a diversidade literária e se afastar da uniformidade. (…) Francis Bacon disse-nos que «conhecimento… é poder». Agora podemos traduzir estas palavras em termos contemporâneos: no nosso meio social «conhecimento é mudança» – e acelerar a aquisição de conhecimentos, alimentar o grande motor da tecnologia, equivale a acelerar a mudança” (A. Toffler, 1972, 268-269).
Devido ao aumento de importância das novas tecnologias e ao seu emprego em todas as áreas de produção e controle, no futuro dominará o mundo quem dominar a técnica.
Podemos constatar que actualmente vivemos mergulhados num mundo de informação, onde os mass media se esforçam por tornar o mundo mais pequeno. Embora a aldeia global ainda seja uma metáfora, no futuro deixará de o ser. Não nos limitaremos a ficar ao corrente daquilo que se passa, mas influenciaremos, nós próprios, decisões e acontecimentos a milhares de quilómetros dos nossos lares. Para isso, contaremos com a ajuda dos sistemas de comunicação interactivos (A. Toffler, 1995, 7).
Assim, com toda a informação que nos chega das diversas partes do globo, em vez de recebermos meramente o nosso modelo mental da realidade, somos agora obrigados a reinventa-lo continuamente. Isto coloca sobre nós um grande fardo, mas também conduz a uma individualidade maior, a uma desmassificação da personalidade assim como da cultura. Em qualquer dos casos, quer a tensão se revele demasiado grande, quer não, o resultado fica muito longe dos robots uniformes, estandartizados e facilmente arregimentados previstos por tantos sociólogos e escritores de ficção científica da era da Segunda Vaga. Agora somos obrigados a pensar continuamente a informação que nos chega (A. Toffler, 1984, 165).
Com os actuais meios de comunicação, cada vez mais nos vemos invadidos por valores e realidades estranhas à nossa cultura. Somos confrontados com culturas muito diferentes da nossa. Mas isso pode não querer dizer que as diversas culturas estejam a acabar, surgindo uma cultura mundialmente única. O que pode e deve acontecer é que as actuais culturas se repensem à luz daquilo que lhes chega das outras culturas; mantendo aquilo que é peculiar de cada uma e mudando o que pode ser mudado, sem que se perca a própria identidade. As diversas culturas, depois deste passo, tomarão consciência de que os blips ininterruptos de informação que recebem não constituem um perigo para a sua identidade, desde que confrontados com o que já existe; aproveitando o que é possível. Com esta transformação dá-se um emriquecimento mútuo das várias culturas. Podemos, então, considerar cultura ‘blip’ qualquer cultura que integre a técnica e os modernos meios de comunicação social, sem que se deixe aniquilar. Em suma, é uma cultura que já integrou todas as potencialidades das técnicnologias.

3. Conhecimento
A sociedade para a qual caminhamos é uma sociedade eminentemente simbólica, onde o conhecimento possui o papel principal, e pode ser um bom substituto de “outros recursos”(A. Toffler, 1994, 183).

3.1 O conhecimento
É um dado inegável que as riquezas estão mal distribuídas, criando entraves ao desenvolvimento e à justiça. Com o conhecimento, este problema pode vir a ser resolvido, porque apesar do mundo estar dividido entre ricos e pobres, verifica-se que, comparada com as outras duas fontes de poder, “a riqueza tem sido, e é, a menos mal distribuída”(A. Toffler, 1991, 34). O conhecimento é ainda um previlégio de alguns países. Pois poucos são os que possuem conhecimentos suficientes para desenvolver um determinado produto. Assim, as nações ricas em mudança rápida, para além de lutarem pela riqueza, lutam pelo conhecimento, quer este seja bélico quer não.
Por tudo isto, e a não ser que compreendamos como e para quem o conhecimento flui, não poderemos proteger-nos a nós próprios contra o abuso do poder nem criar a sociedade melhor e mais democrática que as tecnologias de amanhã prometem (A. Toffler, 1991, 34).
O conhecimento é detentor de características que o tornam muito peculiar na distribuição do poder. Para todos os efeitos práticos, a força é finita e o mesmo acontece com a riqueza material. Com o conhecimento, pelo contrário, não é assim. Podemos sempre “gerar mais e nunca alcançaremos o conhecimento máximo de coisa nenhuma, mas podemos avançar sempre um passo mais para a compreensão arredondada de qualquer fenómeno. O conhecimento, pelo menos em princípio, é infinitamente expansível. (…) Mas a característica verdadeiramente revolucionária do conhecimento é que pode ser apreendido também pelos fracos e pelos pobres” (A. Toffler, 1991, 33-34).
O conhecimento aparece, então, como uma saída viável para muitos problemas. À luz disto podemos ver que apenas dar alimentos e medicamentos não é uma saída para a miséria de um povo. É necessário dar sementes e conhecimentos, para que esse povo consiga, por si, resolver as suas necessidades: mais do que dar um peixe, ensine-se a pescar. A “riqueza não surge apenas dos campos, fábricas, escritórios ou máquinas. E a revolução da riqueza não tem somente a ver com o dinheiro. (…) A importância do conhecimento na criação da riqueza cresceu de forma constante e está agora em vias de saltar para um nível muito elevado e atravessar novas fronteiras, à medida que cada vez mais regiões do mundo se ligam a um banco cerebral planetário em constante crescimento, em constante mudança e cada vez mais acessível. Como resultado disso, todos nós – ricos ou pobres – iremos viver e trabalhar com a revolução da riqueza ou com as suas consequências” (A. Toffler, 2007, IX-X)
Uma máquina só serve para um determinado fim, e só pode ser usada para um fim de cada vez. O conhecimento não. “Pode ser usado por muitas pessoas simultaneamente, para criar riqueza e para produzir ainda mais conhecimento. E, diferentemente das fábricas e dos campos, o conhecimento é, para todos os efeitos, inesgotável”(A. Toffler, 1995, 71). Assim e “porque reduz a necessidade de matérias-primas, mão-de-obra, tempo, espaço, capital e outros activos, o conhecimento transformou-se no substituto final – o recurso supremo de uma economia avançada. E, sendo assim, o seu valor vai crescendo”(Idem), e torna-se a mais importante fonte de poder.
Com a tomada de consciência da importância do conhecimento passamos de um mundo bipartido – ricos e pobres – para um mundo tripartido. Esta passagem “poderá perfeitamente desencadear as mais profundas lutas pelo poder no nosso planeta, à medida que cada país tentar posicionar-se na emergente estrutura de três anéis do poder. Por trás desta monumental redistribuição de poderes reside uma mudança no papel, significado e natureza do conhecimento” (A. Toffler, 1995, 56-57).
Com este tipo de propriedade, as riquezas tradicionais entram em declínio importancial e cresce a importância do saber fazer – o conhecimento. Este surge assim como algo de extraordinário. Pode ser partilhado, dado e aumentado, sem que aquele que dá ou partilha fique mais pobre, descapitalizado.

3.2 Características do conhecimento

No livro A Revolução da Riqueza, o Toffler (2007, 110-112) sumariam e sintetizam aquilo que eles consideram ser as 10 características do conhecimento. É o que veremos a seguir.
1 – O conhecimento é, intrinsecamente, não-concorrencial. Porque quanto maior for o número de pessoas que o utilizam, maior a probabilidade de alguém gerar mais conhecimento a partir daquele que dispõe.
2 – O conhecimento é um activo intangível. Não podemos tocar, acariciar ou esbofetear o conhecimento. Mas podemos – e é isso que fazermos – manipulá-lo.
3 – O conhecimento não é linear. Isto porque o mais pequeno discernimento pode dar origem a grandes resultados.
4 – O conhecimento é relacional. Qualquer componente do conhecimento só ganha sentido quando se justapõe a outros componentes que o contextualizam.
5 – O conhecimento associa-se a outro tipo de conhecimento. Quanto mais conhecimento existe, mais promíscuas, numerosas e variáveis são as combinações úteis e possíveis.
6 – O conhecimento é mais portátil do que qualquer outro produto. Assim que seja reduzido a linguagem binária, pode circular livremente através do mundo, através da Web, a um preço nulo ou irrisório.
7 – O conhecimento pode ser condensado em símbolos ou abstracções. Esta é por demais evidente.
8 – O conhecimento pode ser armazenado em espaços cada vez mais reduzidos. Basta ver que no meu portátil tenho muita mais informação do que nos livros todos que tenho na minha casa.
9 – O conhecimento pode ser explícito ou implícito, manifestado ou não, partilhado ou tácito. Não há mesas, camiões ou outros tangíveis tácitos.
10 – O conhecimento é difícil de confinar. Espalha-se.

Depois de vermos todas estas características do conhecimento, deparamo-nos com o facto de ele não se poder encaixar nas categorias económicas existentes. Logo irá provocar uma alteração da economia.

3.3 A nova tecnologia
Com a mudança muito acelerada que hoje se verifica e o incremento de meios tecnológicos cada vez mais avançados, destinados a acelerar a investigação e o desenvolvimento científico, o metabolismo do conhecimento está a funcionar mais depressa (A. Toffler, 1991, 469). E isto deve-se muito às novas tecnologias, das quais o computador tem o papel de trampolim e controlador; impulsiona as novas descobertas e é com ele que se controlam os novos engenhos.
Mas os computadores não são super-humanos. Avariam-se e cometem erros, mas não deixam de ser o engenho mais espantoso jamais construído pelo ser humano. Senão vejamos, o computador apareceu em cena por volta de 1950. Com a sua “inaudita capacidade de análise e disseminação de variadíssimas espécies de dados, em quantidades inacreditáveis e a velocidades alucinantes, transformou-se numa grande força acelerativa da aquisição de conhecimentos. Combinado com outros instrumentos analíticos de potência crescente destinados a observar o universo invisível que nos cerca, o computador elevou espantosamente o ritmo de aquisição de conhecimentos” (A. Toffler, 1972, 37). Basta referir as bases de dados e os ficheiros electrónicos para vermos, de uma forma simples, como o computador pode contribuir para o aumento dos conhecimentos do ser humano. A activação desta memória recém-exposta “desencadeará novas energias culturais, pois o computador não só nos ajuda a organizar ou a sintetizar «blips» em modelos de realidade coerente, como também estende os limites máximos do possível.(…) Torna possível um fluxo de novas teorias, ideias, ideologias, visões artísticas, progressos técnicos e inovações económicas e políticas que antes eram, no sentido mais literal, impensáveis e inimagináveis. Deste modo, acelera a mudança histórica e alimenta a arrancada no sentido da diversidade social da Terceira Vaga”(A. Toffler, 1984, 177).
Com a crescente importância dada às novas tecnologias da informação é imprescindível que estas não fiquem nas mãos de elites perigosas, como sejam os terroristas. Pois agora, um indivíduo ou um pequeno grupo podem possuir instrumentos de destruição em massa, desde que disponham da informação necessária para a produzir. E essa informação é cada vez mais acessível. Há que dar outro papel às tecnologias da informação. Estas podem e devem servir para dar igualdade de oportunidades. Uma vez que os meios de comunicação social podem ser utilizados pelos governantes para influenciar os cidadãos através do impacto das suas mensagens, também condicionam as decisões dos governantes. Não é aceitável que estas tecnologias só sejam acessíveis a uns e permaneçam fora do alcance dos outros.

3.4 Ambiente inteligente
Com todo este desenvolvimento tecnológico “estamos a ‘tornar inteligente’ o nosso ambiente de trabalho”(A. Toffler, 1984, 168). Nos locais laborais “os tipos de especialização necessários estão a mudar muito depressa; precisamos cada vez mais de «multiespecialistas» (homens que conhecem uma matéria fundo, mas que podem também dedicar-se a outras), de preferência aos «monoespecialistas» rígidos. Mas continuamos a ter necessidade de peritos cada vez mais especializados – e a criá-los -, à medida que a complexidade da base técnica da sociedade aumentar. Só esta razão bastaria para que a variedade e o número de subcultos se multiplicassem”(A. Toffler, 1972, 284-285).
A inadaptação social, criada pela modernização das indústrias gera mal-estar social. A solução do desemprego agora é diferente. Já não é possível reduzir o desemprego “aumentando simplesmente o número de postos de trabalho, porque o problema já não é meramente de números. O desemprego passou de quantitativo para qualitativo.(…) Mas qualquer estratégia efectiva para reduzir o desemprego numa economia super-simbólica tem de depender menos da repartição de riqueza e mais da repartição de conhecimento”(A. Toffler, 1991, 90-91).
Em suma, o conhecimento é crucial nos tempos que correm(A. Toffler, 1994, 182-183).
Perante este facto não se pode ficar indiferente. A “revolução do sistema de riqueza da Terceira Vaga é, cada vez mais, baseada no conhecimento – e põe a economia no seu lugar enquanto simples parte de um sistema maior, trazendo, para o bem e para o mal, questões como a identidade cultural, a religião e a moral, de novo, para o centro da discussão” (A. Toffler, 2007, 420)

Considerações Finais
O choque do futuro é fruto da falta de adaptação do homem às mudanças que se estão a operar a uma velocidade vertiginosa.
As pessoas sentem muita dificuldade em adaptar-se às mudanças, pois estas operam-se em espaços de tempo muito curtos. Este factor, a inadaptação ao futuro, acarreta angústia e mal-estar, pois os indivíduos sentem-se arrastados para uma sociedade que não lhes é familiar, apesar de ser a sua… Isto por dois motivos: a falta de liberdade e a falta de preparação. Existem muitas possibilidades de escolha, mas a falta de preparação para saber escolher, e escolher convenientemente, traz a falta de liberdade e a angústia.
Perante este facto, a primeira coisa a fazer é tomar consciência do problema, o que permite canalizar energias, que de outra forma se perderiam no meio da confusão, ficando desaproveitadas.
Mas cabe a cada cidadão a responsabilidade da mudança. Para isso é preciso uma educação adequada, que dê resposta aos problemas concretos da sociedade, que prepare cidadãos para o futuro. Para que isso seja possível deve ter-se em atenção as necessidades do presente e, principalmente, do futuro, que invade a uma velocidade cada vez maior.
A sociedade emergente é uma sociedade super-industrial. Com ela a civilização industrial passa à história e nasce uma nova civilização. Esta não é apenas o aperfeiçoar da civilização anterior. É antes o reestruturar de toda a realidade. A humanidade dá um salto não só quantitativo, mas sim, e acima de tudo, qualitativo.
A nova sociedade é uma sociedade eminentemente simbólica, onde o conhecimento possui um papel importante. Por isso é nele que reside parte da solução para o desenvolvimento.
O conhecimento, além de ser importante para o desenvolvimento, é uma boa saída para a promoção dos países mais pobres. Este, ao contrário do dinheiro e da força, é inesgotável e pode ser aumentado sempre e cada vez mais. Pode ser usado para mais do que um fim e por várias pessoas ao mesmo tempo.
O conhecimento deve contar com a ajuda das novas tecnologias, que o ajudarão a expandir-se e a tornar-se acessível a todos, diminuindo ou até anulando as desigualdades.
Assim surge a cultura ‘blip’ que vai fazer com que não se crie uma só cultura global. O que poderá acontecer é que a cultura tecnocósmica seja assimilada e integrada nas culturas já existentes, sem que estas desapareçam. Ficam é mais enriquecidas com este novo dado, a técnica ao serviço do homem.

Bibliografia:
ALVIN TOFFLER, Choque do Futuro, “Vida e Cultura” 44, ed. Livros do Brasil, Lisboa 1972.
ALVIN TOFFLER, A Terceira Vaga, “Vida e Cultura” 104, ed. Livros do Brasil, Lisboa 1984.
ALVIN TOFFLER, Previsões & Premissas, “Vida e Cultura” 109, ed. Livros do Brasil, Lisboa 1987.
ALVIN TOFFLER, Os Novos Poderes, “Vida e Cultura” 121, ed. Livros do Brasil, Lisboa 1991.
ALVIN e Heidi TOFFLER, Guerra e Antiguerra, “Vida e Cultura” 130, ed. Livros do Brasil, Lisboa 1994.
ALVIN e Heidi TOFFLER, Criando uma nova civilização, “Vida e Cultura” 135, ed. Livros do Brasil, Lisboa 1995.
ALVIN e Heidi TOFFLER, A Revolução da Riqueza, , Editora Actual, Lisboa 2007.

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