“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi” (Jo 15,16).
Aquando o Baptismo, todo o cristão recebe a responsabilidade de colaborar, segundo as suas capacidades, no anúncio da Palavra de Deus. Ora, ser catequista é uma forma concreta e específica de viver e exercer essa responsabilidade em anunciar e testemunhar o Senhor na comunidade e no mundo. Com efeito, o catequista é alguém que recebeu o chamamento de Deus, enviando-o para ser o mensageiro, o porta-voz da mensagem do Senhor e testemunha dos valores do Reino: «Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado, será salvo. Quem não acreditar será condenado» (Mc. 16, 15-16).
Com efeito, «além da vocação comum ao apostolado, alguns leigos sentem-se chamados interiormente por Deus, a assumirem a tarefa de catequistas. A Igreja suscita e distingue esta vocação divina, e confere a missão de catequizar. Dessa forma, o Senhor Jesus convida homens e mulheres, de uma maneira especial, a segui-Lo, mestre e formador dos discípulos. Este chamado pessoal de Jesus Cristo e a relação com Ele são o verdadeiro motor da acção do catequista. É deste conhecimento amoroso de Cristo que jorra o desejo de anunciá-Lo, de “evangelizar”, e de levar outros ao “sim” da fé em Jesus Cristo» (DGC 231). O catequista é, então, um apóstolo que participa na missão da Igreja e de Jesus Cristo no anúncio da Boa Nova. O catequista é aquele que, pelo testemunho da sua própria vida, e pela Palavra que transmite, torna Jesus presente no íntimo dos seus catequizandos e dá-lhes a conhecer o Seu amor.
A missão do catequista será tanto mais fiel quanto mais estiver em união com Deus, consciente de se saber apenas instrumento, já que o principal catequista é o Espírito Santo (EN 75). Ao catequista cabe apenas a missão de colaborar com a ação de Deus e ajudar os catequizandos a acolher a ação do Espírito Santo na vida de cada pessoa e na sua conversão ao Senhor Jesus (DGC 22). «Quem vos ouve, a Mim ouve» (Lc 10,16).
Sendo o catequista alguém que recebeu de Deus o dom de anunciar a Sua Palavra a todos os homens, o catequista deve ser dotado, em ordem à exigência da sua missão, de uma profunda espiritualidade, capaz de o ajudar a renovar-se continuamente na sua identidade. Como Maria, o catequista deve procurar acolher com humildade a Palavra de Deus, meditando-a e pautando a sua vida tendo por referência o Evangelho.
No seu discurso dirigido aos diretores nacionais, aos colaboradores e às colaboradoras das pontifícias obras missionárias, o Papa João Paulo II afirmava que “o verdadeiro missionário é o santo” Esta expressão «pode aplicar-se certamente ao catequista. Como todo o fiél, o catequista “está chamado à santidade de missão”, ou seja a realizar a sua própria vocação ‘com o fervor dos santos» (GCM 6), pois sabe que é portador de uma sabedoria que vem de Deus.