O ser humano é um ser carencial (M. Zambrano), que tem que resolver diversas necessidades, inclusivamente espirituais, sempre tendendo para a plenitude. Toda busca se centra na grande procura, na procura do sentido, que se concretiza nestas perguntas: quem sou?; de onde venho?; para onde vou?; Para quê tudo isto?…
É que, às vezes, pode chegar-se conclusão de que:
«Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim(…).
Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projecto:
Se me olho a um espelho, erro –
Não me acho no que projecto».
(Mário de Sá-Carneiro)
É neste contexto, que eu observo cada dia pelas ruas da Cidade, que percebo cada vez melhor o Deus que se nos dá em alimento como pão: o Pão da Vida.
Cristo vê-nos com fome sede, conhece-nos, sabe que temos fome e sede de felicidade, de paz, de vida e de amor. Fome de autenticidade, de verdade e de integridade pessoal.
Porque Cristo é a Vida, e vida em abundância, nEle alimentamo-nos de verdade, de vida, de felicidade, de paz.
Na Eucaristia encontramos, de facto, a Vida que nos permite ter vida em abundância e vivificar os ambientes em que nos inserimos, nos quais fazemos caminho e onde experimentamos a salvação de Deus.