A Igreja, que se diz Mãe e Mestra, há de ter em cada um do seus membros um ícone deste acolhimento incondicional, sobretudo dos mais pequenos. A partir daqui percebe-se que, tal como «o amor que reina numa família guia tanto a mãe como o filho nos seus diálogos, nos quais se ensina e aprende, se corrige e valoriza o que é bom»(EG), assim também o diálogo da e na Igreja deve mostrar e “deixar tocar” o Mistério que a habita.
Todos gostamos de estar em ambientes “familiares”, que nos falem com expressões do nosso idioma materno. Quando assim acontece, ouvimos melhor e, melhor ainda, é uma linguagem que transmite coragem, inspiração e força.
Não causa espanto que muitos fiéis não percebam a “linguagem” da Igreja? Não causa estranheza que se apreciem “pregadores” que usam linguagens tão afastadas do comum dos fiéis que acabam por ser interessantes, porque exotéricas?
Reparemos como Jesus falava e de que falava: falava do amor de Deus, mostrando-o em gestos concretos, na vida dos seus ouvintes. O “sucesso” de Jesus vinha-lhe do modo como olhava o Seu povo, muito para além das suas fraquezas e quedas. Incutia coragem e esperança: «Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino» (Lc 12, 32). Quando Jesus fala, os seus ouvintes ficam cheios da alegria do Espírito.