Os novos movimentos são dons eclesiais pela sua origem, vida e missão. Nascem na Igreja, vivem nela e existem para a missão que a Igreja tem no mundo. Por isso, estes movimentos caracterizam-se pela fidelidade à Igreja universal, através da fidelidade à Igreja particular, e pela fidelidade ao carisma. A autosuficiência de qualquer grupo carismático, será um «suicídio eclesiológico».
Os critérios de eclesialidade para estes movimentos não são específicos deles, antes pelo contrário, pertencem aos critérios de eclesialidade de todas as realidades eclesiais.
Recolheremos os critérios que João Paulo II apontava na Chritifideles Laici:
– primado da santidade;
– confissão íntegra da fé apostólica em obediência ao Magistério;
– comunhão firme e convencida com o Papa, centro perpétuo e visível da unidade universal da Igreja, e com o Bispo, princípio e fundamento visível da unidade na Igreja particular;
– participação na evangelização e santificação da humanidade;
– compromisso social ao serviço da dignidade integral do homem.
A comunhão com a Igreja é um sinal de maturidade cristã, que não se alcança de uma vez para sempre, nem é plenamente satisfatório desde o princípio. É um processo que se deve fazer; um caminho a percorrer; uma meta a alcançar por etapas.
Os novos movimentos eclesiais percorrem este caminho, tornando-se cada vez mais conscientes da necessária inter-relação no interior do Povo de Deus. Não pode ser de outro modo. Enquanto carismas que nasceram no interior da Igreja e que existem para ela, aspiram à plena comunhão eclesial, que chega à sua maturidade quando se explicita na comunhão teológica, afectiva e efectiva com o Bispo diocesano, o que leva a implicarem-se activamente nos programas e objectivos da Igreja local, a porem-se ao serviço do bem comum e a afastarem-se de qualquer falso protagonismo.