Ninguém nasce cristão, torna-se cristão!
A vida cristã é, na verdade, um caminho contínuo de conversão à Pessoa de Jesus Cristo e, por Ele, à Trindade. Neste itinerário de conversão, o catequista assume um papel prioritário e fundamental, uma vez que é ele que acompanha os catequizandos no seu crescimento na vida da fé, a fim de os tornar discípulos de Cristo. Esta é talvez a tarefa mais importante na missão do catequista.
O catequista é alguém que, tal como Jesus Cristo, caminha lado a lado com o catequizando, amando e respeitando cada um em particular, com as suas qualidades, capacidades, e necessidades. A sua missão é, pois, a de servir e amar cada catequizando, na sua individualidade e originalidade: «A obra da evangelização pressupõe no evangelizador um amor fraterno, sempre crescente, para com aqueles a quem ele evangeliza» (EN 76). Assim, para um bom exercício da sua missão apostólica, O Senhor pede então que, tal como Ele, o catequista seja capaz de acolher cada catequizando com amor e afeição. Trata-se, não obstante, de uma afeição «muito maior do que aquela que pode ter um pedagogo, é a afeição de um pai, e mais ainda, a de uma mãe. É uma afeição assim, que o Senhor espera de cada pregador do Evangelho e de cada edificador da Igreja» (EN 76).
Na sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo São Paulo deixou uma importante descrição da caridade, do amor, a qual deve orientar a acção do catequista no exercício do seu ministério:
O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.
Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê,tudo espera, tudo suporta. (1 Cor 13, 4-7)
Em suma, sendo missão do catequista espalhar, com gestos e palavras, a mensagem salvadora do amor a todos os catequizandos, este deve manifestar o amor de Deus por cada ser humano, amando cada um em particular. Assim sendo, o catequista deve procurar: ser paciente, respeitando o ritmo próprio de cada um; estar atento para não cair na tentação de se servir a si próprio, de olhar apenas para si e não para o catequizando; respeitar a individualidade de cada um, sem preconceitos; acolher a cada um e interpretar os seus sentimentos. Na verdade, a catequese resume-se a isto mesmo: anunciar o amor que Deus é e tem por cada ser humano. Anunciar o amor de Deus é o mesmo que viver esse amor, pois não se pode falar de Deus como algo exterior, mas tem de ser algo que faz parte da própria vida de quem anuncia, fruto da sua comunhão de vida com o Senhor. O catequista não só lê e conhece a Palavra de Deus; ele é um “seguidor” de Jesus. Quando o catequista manifesta, com suas palavras e obras, o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo, o catequizando recordá-lo-á como uma experiência viva e real que transformou a sua vida. O catequista tem de saber escolher o amor a Deus e ao próximo como valores fundamentais da vida.