Para que acreditem…

A Agenda CATEQUISTAS publica nas últimas páginas uma grelha de leitura do documento dos Bispos portugueses sobre a catequese: Para que acreditem e tenham vida. Está um texto interessante, que passo a transcrever.

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As pistas dos nossos bispos
No recente documento que os bispos portugueses lançaram sobre a catequese encontramos algumas pistas para que a catequese que fazemos ajude a formar melhores cristãos.

Uma formação orgânica e sistemática da fé
Queremos uma catequese que eduque ao todo da vida cristã. Que não se limite a «transmitir» meia dúzia de ideias à solta. Mas que ajude os catequizandos a experimentar a riqueza total do que é ser seguidor de Jesus Cristo.
Uma catequese que inicia a verdade da fé, a rezar confiantes ao Pai, a celebrar os sacramentos com autenticidade, a agir amando e perdoando como Jesus de Nazaré.

Um caminho de conversão ao Deus vivo
Num mundo plural como este em que vivemos, ser cristão passa por assumir um estilo de vida inspirado nas propostas de Jesus Cristo. E isso implica ir contra muitas das correntes dominantes na nossa sociedade. Implica também um empenho de transformação interior.

Um caminho por etapas
O caminho para ser um cristão adulto é longo e pede etapas. Estas etapas são capacidades e competências novas que os catequizandos adquirem. E cada etapa deve ser assinalada, festivamente.

Catequese e liturgia de braço dado
A catequese inicia os catequizandos a rezar em Igreja. Através de um «faça você mesmo» os catequizandos vão descobrindo os espaços, os gestos, os comportamentos, as atitudes, os símbolos e os ritos com que os cristãos oram. E vão descobrindo a ponte que liga a vida, a fé e a oração.

Uma catequese fortemente ligada à comunidade
A comunidade sente a catequese como uma tarefa semelhante a educar/criar os seus novos filhos. Por outro lado, a catequese sente como sua tarefa ajudar os catequizandos a sentirem-se parte viva e activa da comunidade.
A comunidade é um recurso importante para a catequese. É nela que os catequizandos podem verificar como o Evangelho «funciona». As propostas de Jesus não são apenas um «sonho» antigo. São realidade palpável na comunidade como um todo e no testemunho empenhado dos irmãos e irmãs.

Uma catequese que transforma o mundo
A catequese não quer formar cristãos que se limitem a «saber» umas coisas da fé e que celebrem a liturgia. Forma cristãos empenhados em levar a esperança ao mundo.
Cristãos capazes de amar a Deus e aos irmãos. Cristãos que querem partilhar a sua esperança e o seu amor com cada pessoa com quem se cruzarem na sua escola ou nos seus tempos livres.
A catequese é uma actividade vital para toda a Igreja. Mas há responsabilidades diferentes de acordo com os diferentes ministérios. Os nossos bispos fazem uma breve descrição dos responsáveis pela catequese e das suas tarefas.

Os pastores
– Garantem porque a catequese seja realmente prioritária nas suas comunidades.
– Ser prioritário significa receber os melhores recursos (espaços, tempos, pessoas capazes);
– Apelam ao empenhamento de todos;
– Cuidam a ligação entre catequese, sacramentos e liturgia;
– Cultivam, na sua formação inicial e permanente, um saber catequético;
– Fazem uma boa escolha dos catequistas e ajudam-nos a crescer como crentes e como educadores da fé.

A família
– Com um ambiente de amor, ternura e afecto ajuda ao despertar da fé fazendo saborear o amor e a ternura de Deus pelos seus filhos e filhas;
– Assume-se como principal responsável pela educação à fé dos filhos;
– Colabora com as propostas da paróquia;
– Empenha-se em melhorar a qualidade de educação de fé que dá aos filhos;
– Participa com entusiasmo nas acções de formação propostas;
-Aproveita os desafios lançados pela catequese para se converter e dar mais qualidade à vida em família para ser verdadeira comunidade de amor.

Os catequistas
– Mais do que professores de informação religiosa, sentem-se como pessoas que experimentaram a maravilha que é sentir-se amado e transformado pela Palavra e pela Pessoa de Jesus de Nazaré,
– E testemunham essa experiência com as suas vidas, com o empenho de conversão e com os recursos pedagógicos de que dispõem;
– Ajudam e acompanham os catequizandos na descoberta da oração e celebração cristãs, do comportamento cristão e das razões na nossa esperança.

A comunidade como vida
– Numa sociedade marcada pelo isolamento e pelo individualismo a comunidade marca a diferença;
– Mostra ao catequizando o que é o serviço, a disponibilidade e o perdão;
– Oferece espaço de participação onde cada um pode desenvolver os seus dons;
– Com humildade, mostra como a Palavra de Jesus pode ser posta em prática.

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Preciso Gritar!!!! Se…

Se não perderes a cabeça quando todos à tua volta
A perderem e te culpam por isso;
Se mantiveres a confiança quando todos de ti duvidam,
Sendo porém tolerante para com a sua desconfiança;
Se puderes esperar sem que a espera te fadigue,
E rodeado de falsidade não enveredares também pela mentira,
Ou sendo odiado não cederes ao ódio,
E contudo não pareceres demasiado bom ou sabedor;

Se conseguires sonhar – e não ser dominado pelos sonhos;
Se souberes pensar – sem que pensar seja o teu objecto,
Se conseguires lidares com o Triunfo e o Desastre
E tratar esses dois impostores por igual;
Se puderes suportar ver a verdade que falaste
Distorcida por patifes e feita embuste para tolos,
Ou ver por terra aquilo a que dedicaste a vida
E inclinares-te para o reerguer com ferramentas já gastas;

Se fores capaz de reunir todos os teus ganhos
E arrisca-los de uma só vez, cara ou coroa,
E perdendo, começares tudo de novo
Sem uma palavra sobre as tuas perdas;
Se conseguires forçar o teu coração, os teus músculos e fibras
A subsistir muito para além dos limites
E assim resistir quando já não resta
Senão a Vontade que lhes comanda: ‘Resisti!’

Se souberes falar com a turba sem abdicar da rectidão
E no convívio dos reis não perderes a simplicidade,
Se nem adversários nem amigos queridos te puderem magoar,
Se todos os homens contarem para ti, mas nenhum demasiado;
Se puderes preencher o minuto inexorável
Com sessenta segundos de corrida de fundo,
Tua será e Terra e tudo o que nela há,
E, mais que isso, meu filho, serás um homem!
Suzanne Chazin

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(c) 2005 – José Andrade

Deus existe?!?

Um homem foi ao barbeiro para cortar o cabelo como ele sempre fazia.
Ele começou a conversar com o barbeiro e conversaram sobre vários assuntos.
Conversa vai, conversa vem e começaram a falar sobre Deus… O barbeiro disse:
– Eu não acredito que Deus exista como você diz.
– Por que você diz isto? – o cliente perguntou.
– Bem, é muito simples. Você só precisa sair na rua para ver que Deus não existe.
Se Deus existisse, você acha que existiriam tantas pessoas doentes?
Existiriam crianças abandonadas? Se Deus existisse, não haveria dor ou sofrimento.
Eu não consigo imaginar um Deus que permite todas essas coisas.
O cliente pensou por um momento, mas ele não quis dar uma resposta para prevenir uma discussão. O barbeiro terminou o trabalho e o cliente saiu.
Neste momento, ele viu um homem na rua com barba e cabelos longos.
Parecia que já fazia um bom tempo que ele não cortava o cabelo ou fazia a barba e ele parecia sujo e arrepiado.
Então o cliente voltou para a barbearia e disse ao barbeiro:
– Sabe de uma coisa? Barbeiros não existem.
– Como assim eles não existem? – perguntou o barbeiro.
– Eu estou aqui e eu sou um barbeiro.
– Não! – o cliente exclamou – Eles não existem, porque se eles existissem não existiriam pessoas com barba e cabelos longos como aquele homem que está andando ali na rua.
– Ah, mas barbeiros existem, o que acontece é que as pessoas não me procuram, e isso é uma opção delas.
– Exactamente! – afirmou o cliente.
– É justamente isso, Deus existe, o que acontece é que as pessoas não o procuram, pois é uma opção delas, e é por isso que há tanta dor e sofrimento no mundo.
Texto enviado pela mana Emília Almeida 😉

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(c) 2005-RicardoTavares

Atelier 8 – Festa da Profissão de Fé, nas Jornadas Nacionais de Catequese

Partilho aqui as conclusões do atelier sobre a Festa da Profissão de Fé, sublinhando a tristeza de estas não terem sido partilhadas pelo SNEC, lá em Fátima.

Num grupo composto por 56 pessoas de 14 dioceses de diversos pontos do país, começou por se fazer uma apresentação individual, momento em que se aproveitou para, também, se proceder à divisão em grupos. Para tal foi utilizada a técnica dos balões: dentro de uma caixa foram colocados balões de cinco cores diferentes; cada pessoa tirou, aleatoriamente, um balão; os grupos foram, então, organizados em função da cor que coube a cada pessoa.
Terminada esta tarefa inicial, o Pe. Luís Miguel fez uma reflexão sobre a Festa da Profissão de Fé, que serviu de ponto de partida para os trabalhos de grupo. Para este trabalho foram colocadas duas questões:

1. como se tem vivido esta festa nas paróquias?
2. como podemos melhorar a vivência desta celebração?

De seguida, vamos tentar sintetizar as conclusões a que os grupos chegaram, relativamente a estas duas perguntas.
No que respeita à primeira questão, foi salientado o facto de, nem sempre, esta ser mais uma etapa da caminhada catequética, mas antes um terminar da caminhada na fé. Quase todos os grupos manifestaram a sua preocupação por verem os pais arredados do percurso espiritual dos seus filhos, mesmo em momentos mais marcantes como são as celebrações, nomeadamente a da Profissão de Fé. Salienta-se, por outro lado, a consciência de que a Profissão de Fé, sendo uma renovação das promessas baptismais, deve ser vivida em comunidade, e é interessante referir que, na maioria das paróquias, esta festa se realiza por alturas do Pentecostes. Para que esta seja mais uma etapa e não um fim no percurso das crianças, há comunidades paroquiais que incentivam os elementos destes grupos de catequese a participar nas suas actividades comunitárias, tentando, deste modo, criar um sentido de compromisso com a comunidade e de amadurecimento na fé que, em muitos casos, estes pré-adolescentes ainda não demonstram.
Como propostas para melhorar esta Festa, salientam-se as relacionadas com a formação e empenhamento dos pais, na catequese e na vida comunitária e a integração dos adolescentes nas celebrações, realçando o compromisso que estes se preparam para assumir com a comunidade paroquial, nomeadamente através da promoção de retiros com os catequizandos, ou mesmo de organização de catequeses multigeracionais. No entanto, houve também quem chamasse a atenção para a necessidade de melhorar os catecismos desta fase.

Resumo elaborado pela Rosário do 😉

Eucaristia: Pão que mata a fome de plenitude!

O ser humano é um ser carencial (M. Zambrano), que tem que resolver diversas necessidades, inclusivamente espirituais, sempre tendendo para a plenitude. Toda busca se centra na grande procura, na procura do sentido, que se concretiza nestas perguntas: quem sou?; de onde venho?; para onde vou?; Para quê tudo isto?…
É que, às vezes, pode chegar-se conclusão de que:

«Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim(…).

Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projecto:
Se me olho a um espelho, erro –
Não me acho no que projecto».
(Mário de Sá-Carneiro)

É neste contexto, que eu observo cada dia pelas ruas da Cidade, que percebo cada vez melhor o Deus que se nos dá em alimento como pão: o Pão da Vida.
Cristo vê-nos com fome sede, conhece-nos, sabe que temos fome e sede de felicidade, de paz, de vida e de amor. Fome de autenticidade, de verdade e de integridade pessoal.
Porque Cristo é a Vida, e vida em abundância, nEle alimentamo-nos de verdade, de vida, de felicidade, de paz.
Na Eucaristia encontramos, de facto, a Vida que nos permite ter vida em abundância e vivificar os ambientes em que nos inserimos, nos quais fazemos caminho e onde experimentamos a salvação de Deus.

Chegou a minha vez!!!!

Pois é, agora vou eu de férias! Finalmente…

Vemo-nos em Fátima, nas Jornadas de Catequese.
No final de Outubro volto ao blog, talvez com a Iniciação Cristã.
Um abraço
LM

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Oração

Nós te bendizemos, ó Pai,
pelo dom do Espírito que, por Teu Filho, concedes ao mundo.
Assim o fizeste no princípio, quando criavas o universo,
para que nascesse um mundo de luz e de vida,
capaz de ser habitado pelo homem.

Nós te bendizemos porque, mediante o Espírito,
continuas a criar, a conservar e a embelezar o Mundo:
bendizemos-te recriando, conservando e embelezando.
Bendizemos-te por teres posto o teu Espírito no homem,
e pelo dom contínuo que dEle nos fizeste ao longo da História:
Espírito de força e de prudência nos juizes e governantes,
Espírito de rectidão nos reis e no povo,
Espírito de lucidez e de coragem nos profetas.

Bendizemos-te, sobretudo, por Jesus Cristo,
o melhor do nosso mundo, o Homem por excelência:
Ele evangelizou os pobres, ajudou e fortaleceu a todos…
até que, ressuscitando, comunicou à sua Igreja,
e aos que te buscam de coração sincero,
o dom do seu Espírito.

Que esse mesmo Espírito nos dê coragem para trabalhar
pela Verdade, a Justiça e o Amor,
Luz para conduzir a todos,
Disponibilidade para servir,
Gratuidade para amar,
Fortaleza para esperar.

Pai, que o teu Espírito de Amor traga a Unidade à tua Igreja.
Faz-nos sensíveis à sua presença no Mundo e na História,
ajuda-nos a descobrir a sua acção
na ciência, na cultura, no trabalho, na técnica, na arte,
em tudo aquilo que o Homem e o Espírito
constróem em conjunto:
os novos Céus e a nova Terra!
Por Jesus Cristo Ressuscitado, nosso Irmão,
que é Deus contigo na comunhão do Espírito Santo.
Amen.
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(c) – Jorge Coimbra – 2005

Decálogo sobre a Catequese

1. A comunidade cristã é o sujeito, o ambiente e a meta da Catequese. Família, Catequese e Paróquia, assumem, em comunhão, a responsabilidade por criar o ambiente, onde a fé de cada um possa crescer com o testemunho dos outros, esclarecer-se com a ajuda dos demais, celebrar-se em comum e manifestar-se a todos. Ninguém cresce sozinho e pelas suas mãos, como ninguém cresce na fé, sem a fé dos outros e sem a graça de Deus. É no testemunho vivido da fé, que a Catequese encontra a sua base de apoio!

2. A vida «em grupo» e entre os grupos de catequese, no seio da comunidade, é já uma experiência do ser e do viver em «Igreja». O ambiente de participação activa e de responsabilidade comum, por parte de todos, quer nas celebrações, quer no compromisso efectivo, nas várias obras, iniciativas e actividades da Paróquia, facilitarão a consciência de sermos discípulos de Jesus, numa Igreja, chamada a ser comunidade e família de irmãos!

3. Entre os vários modos e momentos de evangelização, a Catequese ocupa um lugar de destaque. Ela preocupa-se por anunciar a Boa Nova, àqueles que, de algum modo, já foram, ao menos, alguma vez, sensibilizados, seduzidos, ou tocados pela beleza da pessoa de Cristo. Espera-se que, de um modo organizado, esse primeiro anúncio, seja, a seu tempo e com largo tempo, esclarecido de boa mente, acolhido no coração, e que dê frutos de vida nova. E que essa vida nova seja expressa, partilhada e fortalecida, no encontro fiel da comunidade com Cristo Ressuscitado, na celebração dos sacramentos, particularmente da Eucaristia e da Reconciliação.

4. Na verdade, a vida cristã é um facto comunitário! E se alguém, por hipotética ocupação, não pudesse dispensar mais que uma hora, por semana, para estar com o Senhor, deveria reservar esse tempo, para a participação na Eucaristia Dominical, que é verdadeiramente o ponto de chegada, o ponto de encontro e o ponto de partida da vida e da missão da Igreja. A catequese não é um à parte, uma hora para a educação religiosa ou cívica, como se fizesse algum sentido preocupar-se por não faltar a um encontro de catequese e faltar, sem qualquer justificação, à celebração da Eucaristia e aos compromissos com a vida da comunidade.

5. A Catequese não é uma aula de religião ou de moral, nem se dirige somente à capacidade de aprender e de saber bonitas coisas acerca de Deus, acerca dos sete sacramentos, dos dez mandamentos, da Igreja, da vida eterna. A Catequese propõe uma Pessoa e não uma teoria: Jesus Cristo é o Evangelho, a Boa Nova de Deus. Nesse sentido, a catequese é evangelizadora, se levar os catequizandos à descoberta, à amizade e ao seguimento de Jesus. Sem essa adesão vital de coração, à Pessoa de Jesus Cristo, qualquer moral se tornará um peso, em vez de se oferecer como um caminho de libertação.

6. Frequentar a Catequese, é bem mais do que «ir à doutrina». A Catequese é uma «educação da fé» e da «fé» em todas as suas dimensões. O mero conhecimento da «doutrina» sem a celebração e sem a sua aplicação à vida, faria da fé uma bela teoria. A celebração, sem o conhecimento dos seus fundamentos, e desligada da prática da vida, tornar-se-ia, por sua vez, incompreensível e incoerente e até mesmo «alienante». Todavia, uma fé, proposta e transmitida, que não se aprofunde na experiência da oração, jamais conduzirá a uma relação pessoal com Deus. Ora a fé, pela sua própria natureza, implica ser conhecida, celebrada, vivida e feita oração. Só assim se «segue» verdadeiramente Cristo, com toda a alma e de corpo inteiro!

7. A fé, no contexto em que vivemos, é talvez, mais uma «proposta» de sentido para a vida, do que um mero acto cultural de «transmissão». Ninguém propõe O que desconhece, nem dá O que não tem. Mas quem tem fé, e a vive, não pode deixar de a apegar aos outros e de a propagar a todos. Na educação da fé, tem papel decisivo o testemunho e o entusiasmo de todos aqueles que, na comunidade, se tornam portadores e servidores da alegria do Evangelho. Uma fé que não se apega, apaga-se!

8. Mais do que se preocuparem, porque não sabem o que responder aos filhos? os pais deveriam procurar descobrir com os filhos a Boa nova que eles receberam na Catequese, rezar com eles, participar com eles na celebração da Eucaristia. Então as respostas, serão encontradas na vida comum da fé, partilhada em família e em comunidade. Nada disto impede os próprios pais, de procurar integrar um grupo de Catequese, paralela à dos filhos, que os ajude a aprofundar as razões da sua fé, em relação com a cultura e com as responsabilidade sociais, familiares e eclesiais, que assumem diariamente.

9. Pedir a Catequese para os filhos e pôr-se de fora, em tudo o que se refere à vivência e à celebração da fé, cria uma divisão interior, uma vida dupla, que impede, quem quer que seja, de descobrir e construir a sua própria identidade cristã. Frequentar a Catequese não significa ter uma aula por semana, para garantir um diploma, uma festa ou um sacramento no fim do ano. Pedir a Catequese implica comprometer-se a caminhar com toda a comunidade, no anúncio feliz do Deus vivo e na experiência maravilhosa do encontro com Ele.

10. Não faz parte das tarefas da Catequese ocupar os tempos livres, ensinar regras de boa educação ou esgotar o tempo a decorar as fórmulas das orações comuns dos cristãos. Mesmo esperando que todo o ambiente de Catequese seja educativo e que tais orações sejam assumidas e bem compreendidas, são tarefas da catequese iniciar as crianças e adolescentes no conhecimento da fé (que se resume no Credo), na celebração (dos sacramentos), na vivência (atitudes de vida) e na experiência pessoal da fé (oração). E isso é obra de todos nós, que somos, mais uma vez, convocados pela fé.
Padre Amaro Gonçalo

Dez Mandamentos para Pais com Filhos na Catequese

1.Não somos uma ilha. Assim como precisamos da família e da sociedade, para fazer nascer e crescer o nosso filho, mesmo que a primeira responsabilidade seja sempre nossa, também precisamos da Igreja, para que o nosso filho, renascido pelo Baptismo, cresça connosco na fé.
2.Não nos bastamos a nós próprios na educação da fé, mesmo que sejamos os primeiros catequistas dos nossos filhos. Os catequistas da nossa paróquia estão à nossa disposição, não para ser nossos substitutos, mas para se tornarem nossos colaboradores na educação da fé. O seu trabalho, feito em comunhão com a Igreja, será sempre em vão, sem o nosso empenho e colaboração!
3.Não faltaremos à Catequese. A Catequese não é um «ensino» avulso e desorganizado. É uma educação da fé, feita de modo ordenado e sistemático, de acordo com o programa definido pelos Catecismos. As faltas à Catequese quebram a sequência normal da descoberta e do caminho da fé. Velaremos pela assiduidade dos nossos filhos. E pelo seu acompanhamento, num estreito diálogo com o pároco e os catequistas.
4.Não esperamos da Catequese que faça bons alunos. Antes, pretendemos que ela nos ajude a formar discípulos de Jesus, que O seguem, em comunidade. Não desprezaremos a comunidade dos seus discípulos, a Igreja, nos seus projectos, obras e iniciativas.
5.Não queremos, apesar de tudo, que a Catequese seja o nosso primeiro compromisso cristão. Participar na Eucaristia Dominical é um bem de primeira necessidade. Saberemos organizar a agenda do fim-de-semana, pondo a Eucaristia, em primeiro lugar. Custe o que custar!
6.Não queremos que a Catequese substitua as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica nem o contrário. Porque a Catequese, não é uma «aula», em ambiente escolar, dirigida sobretudo à inteligência, e destinada a articular a relação entre a fé e a cultura. A Catequese é sobretudo um «encontro», no ambiente da comunidade, que se dirige à conversão da pessoa inteira, à sua mente, ao seu coração, à sua vida. A disciplina de EMRC e a Catequese não se excluem mas implicam-se mutuamente.
7.Não estaremos preocupados por que os nossos filhos «saibam muitas coisa». Mas alegrar-nos-emos sempre, ao verificarmos que eles saboreiam a alegria de serem cristãos, e vão descobrindo, com outros cristãos, a Pessoa e o Mistério de Jesus, o Amigo por excelência, o Homem Novo, o Deus vivo e o Senhor das suas vidas!
8.Não exigiremos dos nossos filhos, o que não somos capazes de dar. Por isso, procuraremos receber nós próprios formação e catequese, para estarmos mais esclarecidos e mais bem preparados. Procuraremos estar onde eles estão. Rezar e celebrar com eles, de modo a que a nossa fé seja vivida em comum na pequena Igreja que é a família e se exprima na grande família que é a Igreja.
9.Não exigiremos dos nossos filhos o que não somos capazes de fazer. Procuraremos pensar e viver de acordo com os valores do Evangelho. Sabemos bem que o testemunho é a primeira forma de evangelização. Deste modo, eles aceitarão melhor a proposta dos nossos ideais e valores.
10.Jamais cederemos à tentação de «mandar» os filhos à Catequese, para nos vermos livres deles ou para fugirmos às nossas responsabilidades.

SDEC (Porto) – Padre Amaro Gonçalo