O pensador Simon Blackbur escreveu, na sua obra Pense – Uma Introdução à Filosofia, que «os seres humanos têm a capacidade de reflectir constantemente sobre si próprios. Podemos fazer algo por hábito, mas depois somos capazes de começar a reflectir sobre esse hábito. Podemos pensar coisas por hábito e depois reflectir sobre o que estamos a pensar. Podemos perguntar a nós mesmos (ou, por vezes, são as outras pessoas que nos perguntam) se sabemos do que estamos a falar. Para responder temos de reflectir sobre as nossas próprias posições, a nossa própria compreensão do que estamos a dizer, as nossas próprias fontes de autoridade. Podemos começar a duvidar se sabemos o que queremos dizer. Podemos começar a duvidar se o que dizemos é ‘objectivamente’ verdadeiro ou apenas o resultado da nossa própria perspectiva, ou o que a situação nos parece. Ao pensar sobre isto, confrontamo-nos com categorias como conhecimento, objectividade, verdade, e podemos querer pensar sobre elas. Nesse ponto estamos a reflectir sobre conceitos, processos e convicções que normalmente nos limitamos a usar».
Aqui está, a meu ver, o papel incontornável das ferramentas informáticas: elas permitem expressar o nosso pensamento, mas não serão também condicionadoras do nosso pensamento?
Eu a credito que sim, pois fazem parte do processo de comunicação, são uma ‘linguagem’ que nos limitamos a usar.
Esta prosa que vem estando na minha cabeça saiu porque uma colega de mestrado, numa colaboração excepcional justificou o grande trabalho que teve com a elaboração de um power-point e a não inclusão de imagens dizendo que preferiu a utilização do SmartArt.
O resultado obtido, muito interessante, é resultado dos condicionamentos inerentes ao recurso utilizado.
Será que estou a pensar bem?
Não sei, mas quando puder fechar as outras janelas, vou fazê-lo, e concentrar-me apenas nesta…