A ação pastoral visa levar Cristo, torna-l’O presente, na vida de cada ser humano (Cf. EN 14). E esta recepção acontece na liberdade e expressa-se por uma vida de discipulado, o que implica a totalidade do ser humano. E já desde os gregos que nós sabemos que o que distingue o ser humano dos outros elementos da natureza é este ser dotado de inteligência, afecto e vontade que, cada um ao seu modo, e desde que convertidos, permitem ao ser humano deixar-se guiar pela Graça de Deus e viver como cristão.
O problema surge quando, mercê de uma qualquer doença ou deficiência, alguma ou algumas destas dimensões estão afetadas, impedindo o normal desenvolvimento do ser humano. A grande tentação, também dentro da Igreja, é “esquecer” estes irmãos, não lhe pedindo nada, para também não ter que lhes dar, ou ainda, não ter que se lhes dar a si mesmo. E, para sossegar as consciências, procura-se que através de alguma ação benemérita lhes seja garantida a satisfação das necessidades mais básicas: alimentação, higiene e habitação.
Esta atitude, de si muito desumana, é também um grande prejuízo para a comunidade eclesial, pois vê-se privada da participação dos “prediletos do senhor”, aqueles com quem o Senhor melhor mostrou o Seu plano salvífico, o Reino de Deus.
«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor» (Lc 4, 18-19).