Uma pedagogia para a Iniciação Cristã – IV

Chegou a vez da dimensão espiritual. Convém ter bem presente que a eficácia da catequese é e será sempre um dom Deus, mediante a acção do Espírito Santo, sem o qual não é possível fazer catequese ou qualquer outra acção evangelizadora, por muito elaborados que estejam os planos e por mais sofisticados que sejam os meios humanos e materiais. Sem Espírito nada se consegue, pois o Espírito Santo é o protagonista de toda a missão da Igreja(cf RM 21); é o mestre interior, principal catequista e princípio inspirador de todas as actividades catequéticas.

O Catequista
Convém recordar também o papel do catequista, que é elemento essencial da catequese, o catecismo vivo: enviado pela Igreja, numa comunidade concreta, realiza a sua vocação profética no seu grupo de catequese, onde anuncia, ilumina, persuade, testemunha, colabora com a função da comunidade cristã. Para que haja, pois, iniciação cristã é preciso um iniciador, chamado catequista, que é a alma da catequese. Aquele que é «chamado a ensinar Cristo deve, portanto, antes de mais nada, procurar esse lucro sobreeminente que é o conhecimento de Jesus Cristo. Tem de aceitar perder tudo (…) para ganhar a Cristo e encontrar-se nEle e conhecê-Lo, a Ele, na força da sua ressurreição e na comunhão com os sofrimentos, conformar-se com Ele na morte, na esperança de chegar a ressuscitar dos mortos»(CCE 428). O catequista é, então, uma pessoa de fé profunda, que conhece os mistérios de Deus e vive em plena comunhão com eles, emergido no amor de Deus. Vive-os em Igreja, por isso é dotado de uma clara identidade cristã e eclesial, pelo que nada do que é humano lhe é alheio, logo possui uma profunda sensibilidade social(cf DGC 237). O catequista respeita e vive de «um princípio essencial da visão cristã da vida: o primado da graça»(NMI 38).
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(c) 2003 – Pedro Nogueira

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